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Doença de Lyme

A Cannabis Pode Tratar a Doença de Lyme?

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Visão Geral

A cannabis está sendo apontada como uma grande promessa para o tratamento da doença de Lyme. No entanto, uma vez que as pesquisas ainda são muito limitadas, é difícil tirar conclusões definitivas sobre sua eficácia.

Embora existam evidências preliminares indicando a conexão entre a doença de Lyme e o sistema endocanabinoide, não há nenhum estudo voltado especificamente para o uso da planta no tratamento dessa doença. Sabe-se, no entanto, que a cannabis é capaz de aliviar muitos dos sintomas associados a ela, tais como dor, inflamação, ansiedade e depressão.

Como a Cannabis Funciona no Caso da Doença de Lyme

O sistema endocanabinoide (SE), presente em todo o corpo humano e ativado tanto por canabinoides naturais quanto por aqueles produzidos pela maconha, é responsável por manter a homeostase interna, sendo composto de três partes: endocanabinoides (substâncias naturais produzidas por nosso corpo), receptores de canabinoides, como CB1 e CB2 (que são ativados por endocanabinoides), e enzimas (que metabolizam e eliminam canabinoides do nosso organismo).

Esse sistema regula grande parte de nossas principais funções corporais, como dor, humor, energia, sono, inflamações e resposta imunológica. Em condições normais, o sistema funciona automaticamente, com nossos endocanabinoides ativando os receptores para manter a homeostase do organismo; quando há disfunções nesse sistema, podem surgir distúrbios e desequilíbrios.

No caso do tratamento da doença de Lyme, temos evidências limitadas de que ela pode provocar alterações no sistema endocanabinoide. Em um estudo sobre o perfil metabólico da doença de Lyme, os pesquisadores descobriram que seus portadores apresentavam níveis elevados de duas moléculas que interagem com o sistema endocanabinoide. Uma delas, a N-palmitoiletanolamida (PEA), que tem efeitos anti-inflamatórios, não interage diretamente com o CB1 ou CB2, mas melhora a atividade da anandamida, um dos principais endocanabinoides existentes.

Sabemos também que o sistema endocanabinoide exerce enorme influência sobre alguns dos sintomas associados à doença de Lyme, aliviando a dor, suprimindo respostas inflamatórias e controlando a depressão e a ansiedade.

Diante desses fatores, existe a possibilidade de que o uso da marijuana medicinal seja benéfico no alívio dos sintomas da doença de Lyme.

Estudos Médicos Sobre Cannabis e Doença de Lyme

Embora existam evidências preliminares de que o sistema endocanabinoide está relacionado à expressão da doença de Lyme, isso não significa necessariamente que a maconha medicinal pode ajudar no tratamento da doença, pois ainda não foi realizada nenhuma pesquisa com portadores para comprovar a hipótese. Mas há muitas indicações que suas propriedades antibacterianas e capacidade de aliviar a dor, debelar inflamações e controlar a depressão e a ansiedade podem ajudar aos pacientes que sofrem deste mal.

Os cinco principais canabinoides, THC, CBD, CBG, CBC e CBN, demonstraram grande eficácia contra uma variedade de cepas resistentes do MRSA (sigla de Methicillin-resistant Staphylococcus aureus, Staphylococcus aureus resistente à meticilina), uma infecção bacteriana difícil de tratar. Embora ainda não haja comprovação científica de que algum desses canabinoides pode combater a infecção bacteriana da doença de Lyme, futuras pesquisas deverão investigar essa possibilidade.

Canabinoides como o THC e o CBD também são potentes agentes anti-inflamatórios. Embora não tenha sido avaliada quanto à redução da inflamação na doença de Lyme, a marijuana medicinal foi estudada em outros quadros inflamatórios, como asma, diabetes, esclerose múltipla, artrite reumatoide e colite. Em todos esses casos, os canabinoides foram capazes de reduzir a inflamação, levando a melhora dos sintomas da doença (impedindo, às vezes, seu avanço).

A cannabis é também um potente analgésico, principalmente para pacientes com dor crônica. Os autores de uma meta-análise e revisão sistemática (2017) da bibliografia sobre cannabis voltada para pesquisas sobre o uso de marijuana medicinal em vários tipos de dor crônica, incluindo neuropatia (a qual pode ocorrer na doença de Lyme), relataram que há evidências substanciais de que a maconha medicinal é um tratamento eficaz para todos os tipos de dor crônica.

A cannabis também pode ajudar na ansiedade. Estudos demonstram que a ingestão de cannabis pode realmente acalmar as reações de estresse de pessoas expostas a situações estressantes.

A marijuana medicinal também ajudou pessoas com depressão. Em uma revisão da bibliografia sobre o assunto, os pesquisadores encontraram nove estudos sobre o uso da cannabis no combate da depressão. Sete desses estudos mostram que o uso da maconha medicinal produziu melhoras em seus sintomas.

Em resumo, embora as evidências para o uso da cannabis como tratamento da doença de Lyme sejam ainda extremamente escassas, algumas pesquisas apontam para sua capacidade de aliviar alguns dos sintomas associados à doença de Lyme, como dor, inflamação, ansiedade e depressão.

Aguardam-se mais pesquisas para verificar se a cannabis ajudará no tratamento da doença de Lyme da mesma maneira que o fez com outras doenças. Os cientistas certamente têm bons motivos para investigar essa oportunidade mais a fundo.

Efeitos Colaterais

A marijuana medicinal produz uma série de efeitos colaterais capazes de afetar o tratamento da doença de Lyme. Sabe-se, no entanto, que eles são leves e incluem sintomas como tontura, dificuldade de concentração e memória, taquicardia, boca seca, náuseas e fadiga.

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